Sob o olhar da Mãe: Conceição Aparecida de Guadalupe
PARTE 2
E mãe sempre está por perto!
Tantas são as mães que encarnam propósitos típicos prenunciados em nomes como Conceição, Aparecida, Guadalupe ou tantos outros similares. Todas Marias. Todas humildes. Todas pobres. Todas frágeis e absolutamente dependentes de Deus. Assim como minha mãe. Assim como todas as mães. Assim como Maria, a mãe de Jesus.
Celebramos com alegria a solenidade da Conceição (08/12), de Aparecida (12/10) e da Virgem de Guadalupe (12/12). A solenidade celebrada é nossa. Maria, tanto da Conceição quanto de Aparecida ou de Guadalupe sempre foi (e sempre será) a Mãe de Jesus, o pobre operário de Nazaré.
Na imagem negra de Aparecida, Deus manifestou e manifesta sua ira contra o lodo da história de exploração, de humilhação e de escravidão de nossos irmãos negros retirados à força de suas terras, de sua cultura e do colo de sua Mãe África. E Deus utilizou humildes pescadores (assim como fez Jesus ao escolher seus discípulos) para denunciar o pecado do sistema que escraviza, que tortura e que mata, e que tenta perpetuar-se na história. Bendita seja Mãe de Aparecida.
No poncho do índio Juan Diego, estampa-se a imagem de Mãe que se faz presente e solidária com os pobres e feridos povos astecas (México) no mar de sangue que se consumou com o processo de exploração e colonização da América Latina. Bendita seja Mãe Virgem de Guadalupe.
Em Maria da Conceição, a Mãe de Jesus se faz presente na maternidade de cada mulher. Alegra-se com o júbilo de cada mãe ao ver seu filho crescendo sadio e feliz; sofre com as aflições de mãe que vê seus filhos chorando e reclamando contra a fome, e a dispensa está vazia… o marido desempregado. Maria da Conceição chora seu filho morto, abatido precocemente pela violência, por milícias, ou por uma vida sem sentido, sem propósito e sem significado, aumentando os índices da estatística de suicídios entre adolescentes e jovens. Maria da Conceição chora e se solidariza. Maria da Conceição é também Maria das Dores.
Prestar culto a Maria não significa idolatrá-la, tornando-a “deusa”. Prestar culto a Maria significa perceber o lado humano, perceber o caráter contestador da família de Nazaré contras as históricas injustiças, significa perceber e imitar a presença solidária, misericordiosa e compassiva de Jesus e de Maria com os mais sofridos da história. Prestar culto a Maria significa, acima de tudo, fazer a vontade de Jesus, fazer a vontade de Deus: “Fazei tudo quanto ele vos disser” (João 2,5).
José Archângelo Depizzol
15/12/2021
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