Jesus! Você sabe muito bem como é bom e como ficamos felizes quando você está perto da gente! Mas, neste Natal, não venha não, Jesus! Não venha não! Aqui você corre sério risco! Eles querem te matar.
Você é Bom, eu sei! Mas eles não te consideram uma criança inocente: para eles você é apenas um inimigo que deve ser eliminado. Querem acabar com você e com todo seu povo. E para sempre! Eles querem acabar com a “sua raça”!
É estranho, Jesus, mas um dos mais poderosos exércitos do mundo com medo de um recém-nascido. Herodes também teve medo. E você sabe o que aconteceu com os meninos de sua idade, lá em Belém.
Eles não estão blefando!
Assim foi e está sendo na Síria, no Iêmen, na Líbia, na Ucrânia, em quase toda a África.
Eles não estão blefando. Sabe, Jesus, aquele menino inocente que estava preparando sua árvore de natal para comemorar seu nascimento? Ele sempre olhava para o céu esperando ver a estrela do oriente anunciando a alegria de sua chegada.
Não! Não viu a estrela do oriente que trazia boas novas de sua chegada, mas viu o voo assassino de aviões e caças F-35 detonando bombas, granadas, bombas de fragmentação e gases letais. Não apareceu a estrela do oriente anunciando a chegada do Filho do Deus da vida, mas apareceram aviões bombardeiros provocando a morte de uma criança palestina a cada cinco minutos.
Sabe, Jesus, tem também aquele menino inocente que estava montando seu presépio com a gruta, a manjedoura, os animais? Tudo virou escombro… E o menino também! Sua mãe nem chora o menino morto, pois ela também está morta.
Vem não, Jesus! É muito risco para você. Quase a metade dos 17 mil mortos (até hoje) na guerra contra seu povo e sua pátria, são crianças. Fonte UOL.
Como em Belém, outrora, Raquel está inconsolável. Hoje choram Maria, Izabel, Marta, e tantas mães que não querem ser consoladas, pois seus filhinhos não existem mais. Foram mortos no último bombardeio (Mt 2, 16-17).
O perigo continua, Jesus! Herodes está vivo no terno e nas ordens de presidentes e de primeiros-ministros ordenadores de ataques e matanças indiscriminadas de civis de todas as idades.
Você não deve ter esquecido, Jesus, a angústia de José e de Maria procurando acolhida em Belém. Todas as portas se fecharam. Como tantas portas se fecham para você hoje, Jesus!
Sua gente, Jesus, milhares de famílias palestinas foram sumariamente expulsas de seus lares e, escorraçadas, vivem nos estreitos limites de Gaza e da Cisjordânia. Olhe sua gente, Jesus!
José conseguiu te levar para o Egito, juntamente com sua mãe. Hoje essas portas estão fechadas.
Não vem não, Jesus. Você não receberá os presentes dos magos do oriente, mas bombas e balas do ocidente. Balas de fuzis, metralhadoras e outras tantas armas letais.
Creio que não haverá anjos com cânticos de “Glória a Deus nas alturas e Paz na terra aos homens de boa vontade”. Não! Não haverá cânticos e nem haverá Paz na terra com governantes de má vontade. Assim foi com Herodes, e assim continua hoje.
Jesus! Não venha não. Deixe esse natal passar batido. Muitos de seus seguidores cristãos te consideram um perigo. Você é palestino, Jesus! E todo palestino, mesmo criança recém-nascida precisa ser eliminada. Você, Jesus palestino, nesse natal é uma criança perigosa, é um “potencial inimigo” que precisa ser eliminado junto com todo o povo palestino.
Como você faz falta, Jesus! O mundo precisa de você.
Vem Jesus, vem salvar teu povo… vem salvar a humanidade desumanizada.
José Archângelo Depizzol
18/12/2023
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