Fé e Eleições: Perguntas e Discernimento PARTE I
Nem termina o mandato de um governo e já recomeça a propaganda eleitoral visando a eleição ou reeleição, lamentavelmente com as mesmas ou novas mentiras, com as mesmas ou novas promessas, com as mesmas ou novas formas de engano e exploração do povo.
E os eleitos ou reeleitos, festejam e riem à custa do engano do povo pobre, humilde e pouco conhecedor dos bastidores da política.
Algumas perguntas podem nos ajudar a escolher em quem votar de acordo com critérios retirados da Palavra de Deus:
a) Como foi o passado desse candidato? Esse candidato já exerceu o cargo de vereador, prefeito, deputado ou outro cargo eletivo? Ele estava a favor ou contra os direitos do povo pobre, simples e trabalhador?
Muitos políticos estão no poder a muito tempo. O que fez esse político para melhorar a situação do país, do estado, ou da região? Um político que sempre trabalhou e votou somente em projetos que beneficiem os ricos, os bancos, as mineradoras e grandes empresas; um político que sempre votou contra projetos de melhoria da vida do povo pobre e trabalhador, agora se apresenta como defensor da causa dos pobres, tentando mais uma vez enganar e ser eleito? Não se pode votar nesse tipo de candidato.
Contra esse tipo de candidato o profeta Amós fala muito claramente:
“Ouvi isto, vós que maltratais os humildes e causais a tristeza, o desânimo e o abatimento dos pobres da terra; ouvi isto vós que andais dizendo: Quando passará a lua nova, para vendermos bem a mercadoria? E o sábado, para darmos pronta saída ao trigo, para diminuir medidas, aumentar pesos, e adulterar balanças, dominar os pobres com dinheiro e os humildes com um par de sandálias, e para pôr à venda o refugo do trigo?” (Amós 8, 4 – 7).
“Dominar os pobres com o dinheiro” sagrado e necessário para aliviar a fome… E no Brasil são mais de 33 milhões de pessoas que passam fome ou não sabem se terão a próxima refeição. Isso é abominável aos olhos do Senhor. O profeta Amós foi muito claro:
“[…] jurou o Senhor: Nunca mais esquecerei o que eles fizeram” (Amós 8, 7).
É bom lembrar que políticas públicas de segurança alimentar são Direitos de todos os cidadãos, e não um favor ou ato de bondade deste ou daquele governo. E essa foi uma determinação muito clara do Senhor ao povo de Deus depois da longa caminhada no deserto:
“Não tome o partido dos poderosos […] Não torça do direito do necessitado […] Não aceite suborno, porque o suborno cega até aqueles que têm os olhos abertos e perverte até as palavras dos justos” (Êxodo 23, 2.6.8).
b) Não se deve votar num candidato que oferece favores, dinheiro ou presentes. O texto do Êxodo 23, 8 é muito claro:
“Não aceite suborno, porque o suborno cega até aqueles que têm os olhos abertos e perverte até as palavras dos justos”.
O candidato que hoje nos oferece favores em troca de um voto, amanhã vai tirar de nossos filhos a merenda escolar de qualidade, um atendimento de saúde para nossos familiares, a segurança para que nossos jovens possam sair num final de semana e se divertir com os amigos.
c) O candidato já foi vereador, deputado ou senador? Na votação das leis, esse candidato estava procurando servir ao povo simples, pobre e trabalhador ou estava preocupado com a propina que ganharia votando em projetos que favoreciam aos ricos e grandes empresários?
Os direitos dos pobres e dos trabalhadores foram respeitados nas decisões desse candidato? A palavra de Deus define com clareza como deve ser o nosso agir e como deve ser o comportamento do candidato merecedor de nosso voto:
“Não explore um assalariado pobre e necessitado, seja ele um de seus irmãos ou imigrante que vive em sua terra, em sua cidade” (Deuteronômio 24,14).
d) O candidato é cumpridor de suas promessas ou de sua boca só sai mentiras e Fake News?
Está em moda a produção e divulgação de notícias e eventos falsos. O candidato é verdadeiro ou é hábil mentiroso? Conhecemos políticos e candidatos que são famosos pelas mentiras que contam. Mas, Deus abomina a mentira e, por isso, não suporta a presença dos mentirosos. O inimigo de Deus é descrito na Bíblia como o “Pai da mentira”.
Deus não tolera a mentira, a ponto de afirmar que Ele (Jesus Cristo) é o caminho, a verdade e a vida (João 14,6). O mesmo evangelista foi ainda mais enfático e duro ao chamar o mentiroso de filho do diabo, e quem vota em mentiroso vota no filho do diabo, pois o
“O pai de vocês é o diabo, e vocês querem realizar o desejo do pai de vocês. Desde o começo ele é assassino, nunca esteve com a verdade, porque nele não existe verdade. Quando ele fala mentira, fala do que é dele, porque ele é mentiroso e pai da mentira. Eu falo a verdade, e por isso vocês não acreditam em mim. Quem de vocês pode me acusar de pecado? Se eu digo a verdade, por que vocês não acreditam em mim? Quem é de Deus ouve as palavras de Deus. Vocês, porém, não ouvem, porque vocês não são de Deus” (João 8, 44 – 47)
Podemos resumir essa Primeira Parte de nossa reflexão em três importantes pontos:
a) O Passado desse candidato. O que ele já fez pela cidade, pela região ou pelo estado, pelo país? Esse candidato governou ou legislou a favor de quem trabalha ou a favor de quem já tem grandes fortunas (Bancos, Mineradoras, Grandes Indústrias, Empresas transnacionais)? Esse candidato lutou e trabalhou para garantir seus direitos ou votou sempre para tirar os direitos dos trabalhadores?
b) O candidato oferece vantagens (presentes, cimento, telhas, dinheiro) em troca de seu voto? Não se deve votar em candidatos que oferecem suborno ao povo em troca de voto. A Palavra de Deus é clara:
“Não aceite suborno, porque o suborno cega até aqueles que têm os olhos abertos e perverte até as palavras dos justos” (Êxodo 23,8).
c) O candidato é verdadeiro ou é mestre na arte de mentir. Votar num candidato que mente sempre é votar no Inimigo de Deus.
Procuremos candidatos sérios, verdadeiros, cumpridores de suas promessas, e comprometidos com os mais frágeis e indefesos cidadãos de nossa terra.
José Archângelo Depizzol
20/09/2022
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